1ª - Seqüência Didática 4º Bimestre
Ano - 2011 – 1º ano Ensino Médio
Pacto pela Educação
ESCOLA:
PROFESSORA / FORMADORA: Nazarete Mariano
TEMÁTICA: Consumo
ÁREA: Código e Linguagem
Disciplina: Língua Portuguesa
TEMPO: 12 aulas
Descritores Curriculares / SAEPE:
D6- Localizar informação explícita em um texto
D7 – Inferir informação em um texto
D9- Identificar o tema central do texto
D12- Identificar o gênero do texto.
D13 - Identificar a finalidade do gênero.
D19- Identificar a tese de um texto.
D26- Identificar as marcas lingüísticas que evidenciam o locutor e /ou o interlocutor.
D27 – Diferenciar as partes principais das secundárias em um texto.
CONTEÚDO DA OTM:
1. Tópico: Leitura e Compreensão de Textos Orais:
• Utilização de estratégia de escuta.
• Expressão de opiniões pessoais
• Reflexão sobre textos orais produzidos ou não pelo aluno ( Comentários, Discussões / Debates orais sobre: reportagem, piadas, poema, trechos de filmes ou vídeos que abordem a temática Consumo.
2. Tópico: Leitura e produção de textos orais.
2.1. Reconhecimento e estratégias textualizadoras.
• Identificação das palavras e idéias – chave do texto.
• Identificação de recursos lingüísticos em relação ao contexto em que o texto é construído (grau de formalismo, seleção lexical, tempos e modos verbais).
• Identificação dos modos da organização das sequências textuais ( tipos textuais descritivo, argumentativo, injuntivo).
• Reconhecimento da organização e progressão temática.
3. Tópico: Produção de textos escritos.
• Produção escrita de resumos a partir de outros textos tomados como base ou fonte.
• Produção escrita de resenhas.
3.1. Reflexão sobre os textos produzidos.
• Reelaboração (revisão / reescrita) do texto.
4. Tópico: Análise Linguística e reflexão sobre a língua
• Estrangeirismos, sua adaptação aos padrões gramaticais da língua importadora e seus valores culturais.
• Normas da ortografia oficial
4.1. O texto como elemento da atividade discursiva.
• A identificação de aspectos linguísticos específicos da construção do gênero textual.
OBJETIVO
Desenvolver o senso crítico a partir das experiências produzidas individuais e coletivas do alunado.
Reconhecer o domínio da linguagem na participação social, política e cidadã.
Identificar o uso de estrangeirismos adaptados aos textos da língua materna e a importação de seus valores culturais.
Identificar os aspectos pertinentes ao gênero ou ao tipo a que pertence o texto.
Identificar aspectos linguísticos específicos da construção do gênero resenha.
Reconhecer os modos e tempos verbais em relação ao contexto em que o texto é construído.
Reconhecer o modo em que é composto a sequência textual da resenha.
Reconhecer os elementos pragmáticos como: papéis sociais e comunicativos dos interlocutores e as relações entre esses.
RECURSOS
• Data show
• Notebook
• Internet
• Câmera fotográfica
• Jornais e revistas
• TV e DVD
• Vídeos / documentários
• Pincel
• Cópias de textos
• Livros
• Cola
• Papel madeira / cartolina
• Folha de ofício
• Pendriver
INTERFACES METODOLOGICAS ( DESENVOLVIMENTO)
1º MOMENTO 6 aulas
O professor pode iniciar, para um breve levantamento prévio do conhecimento do alunado em relação ao tema gerador proposto.
Etapa 1- como a temática sugerida é o consumo, serão levantadas algumas situações que envolvam o referido tema como:
1. Com que freqüência você faz compras?
2. Quais são os principais produtos que você gosta de comprar?
3. Quais os critérios utilizados na hora de escolher um determinado produto em uma loja ou supermercado?
4. Tudo que a gente consome pode ser comprado? Liste:
Produtos comprados produtos não comprados
Pode entregar aos alunos, tiras com as questões, as perguntas coladas em bombons, em caixinha ou uma abordagem oral.
Em seguida o/a professor/a colocará em data show o vídeo “A História das Coisas” para abrir as discussões com os alunos levantando os pontos de vista diversos, inclusive voltando ao levantamento prévio, analisando a lista feita pelos alunos e confrontando com o vídeo “ A história das coisas”. Observando os comentários dos alunos e as discussões construídas durante a aula, assim já pode considerar as estratégias de escuta, fazendo com que o aluno perceba a importância também de ouvir a opinião/ depoimento do outro.
Caso o/a professor/a achar pertinente pode levar outros materiais que tratem da temática como: ( Supermercado, Catedral do Consumo; Eu, Etiqueta; desabafo ) reportagem, trecho de filme, e dividir a sala em grupos para que os mesmos façam suas colocações argumentativas sobre o tema consumo, e ao mesmo tempo os alunos estão em contato com textos que têm a sequência tipológica argumentativa. O professor pode finalizar as discussões passando o vídeo “Ilha das flores”. Fazendo com que os alunos percebam além das discussões sobre o tema gerador ( consumo), pode observar quais dos textos tem a tipologia argumentativa predominante, se há elementos que organizam a narrativa, descrita e até a injuntiva.
Estes textos, exceto os vídeos, podem ser colocados em envelopes para os grupos analisarem, e em seguida socializar com turma, entre outros aspectos:
• a temática abordada;
• as idéias e palavras centrais;
• a tipologia predominante;
• o tempo e o modo verbal;
• a função sociocomunicativa do gênero;
• o grau de formalismo.
• Fazer resumo dos textos tomados como base. Sugestão “ A história das coisas” ou “ Ilha das flores”.
2º MOMENTO 2 aulas.
Etapa 1 – fazer uma rápida dinâmica para fazer o levantamento prévio sobre o gênero Resenha, pois como é um gênero presente em todas as unidades
Etapa 2 – A partir dos resumos elaborados pela turma, serão revisadas as características do resumo, fazendo um gancho com as características do gênero resenha.
Pode usar como exemplo as resenhas abaixo do vídeo “ História das Coisas” e solicitar que os alunos produzam a resenha sobre “ Ilha das Flores”, ou vice – versa.
1. Resenha "a História Das Coisas"
Nos últimos anos, a questão ambiental ganhou extrema força. A humanidade começa a criar a consciência de que todos os nossos atos, sem exceção, têm alguma conseqüência, direta ou indireta. Nesse período, muito se discutiu, alarmou e analisou sobre o que estamos fazendo com o nosso próprio planeta. Isso gerou questionamentos, sendo alguns deles mostrados no vídeo "A história das coisas".
No vídeo, há uma certa crítica sobre o consumismo excessivo que faz a produção de lixo e demanda de matéria-prima, principalmente nos Estados Unidos, ser extremamente alta. Até aí não há problemas. Realmente a produção de lixo e demanda de matéria-prima são um dos problemas que devem ser solucionados, ou pelo menos amenizados. Porém, se equivocaram ao culpar o governo e as grandes corporações por tudo isso. Não que estes estejam fazendo a sua parte, mas não se pode jogar toda culpa neles. Todas as empresas têm como objetivo o lucro. É por isso que a todo momento estão criando coisas novas e jogando propagandas atrás de propagandas para o povo. É para vender mais. Se não fizer isso, quebra. Apenas é uma questão de sobrevivência. Infelizmente, isso também se aplica à mídia. Ela deveria ter como objetivo informar as pessoas, mas isso está perdendo espaço para as coisas que dão audiência e, indiretamente, também dá lucro. O governo, hoje, também não tem muito o que fazer. Ele não pode simplesmente ignorar as grandes empresas. Se fizer isso, o Estado quebra. A economia depende do rendimento dessas empresas.
Vendo assim, parece que não há soluções, mas existem. Primeiramente não deveríamos nunca nos deixar influenciar por tudo o que vemos na mídia. Devemos ter um senso crítico de tudo o que nos cerca, para que possamos fazer as coisas de forma consciente. Para isso, devemos ter uma boa educação, tanto em escolas, quanto em casa. Se este passo for dado, o segundo fica mais fácil. Todos nós devemos fazer a nossa parte.
2. O que é a "História das Coisas"?
Um pequeno documentário educativo que apresenta importantes informações sobre questões ambientais e sociais dentro da temática do consumo de produtos, que representa um assunto urgente e de vital importância para a sobrevivência de todo o Planeta e da espécie Humana, para o presente e o futuro.
A História das Coisas é um documentário rápido e repleto de factos que olha para o interior dos padrões do nosso sistema de extracção, produção, consumo e lixo. Desde a sua extracção, transformação até à sua venda, uso e disposição, todas as coisas que compramos e usamos na nossa vida afectam as sociedades e o ambiente a nível local e mundial. Normalmente as consequências de um consumo descuidado são desastrosas em vários níveis, mas a maioria destes factos são por vários motivos propositadamente manipulados e escondidos dos nossos olhos pelas empresas e políticos cujos objectivos principais são o lucro e o poder, que obtêm ao promover um consumo exacerbado que só pode ser realizado à custa de toda a vida na Terra, de sofrimento, exploração e destruição ambiental.
A História das Coisas expõe assim as conexões entre um enorme número de importantes questões ambientais e sociais, demonstrando com factos, que ao consumirmos de forma inconsciente e desmedida, estamos a destruir o mundo e a auto-destruirmo-nos, e assim apela-nos a criar uma maior consciência do problema e um mundo mais sustentável e justo para todos, para o planeta Terra e para futuras gerações.
Este documentário vai-nos ensinar algo, fará rir, e essencialmente acabará por mudar para sempre a maneira como olhamos para todas as coisas que existem na nossa vida, fazendo-nos adquirir uma nova visão e respeito pelo ambiente e pelas pessoas. Um excelente documentário a não perder.
3. Resenha do curta-metragem Ilha das Flores
Resenhado por Rafael Calheiros
O documentário “Ilha das Flores”, de Jorge Furtado produzido em 1989, é de uma rara profundidade que exprime toda a banalização a que foi submetida o ser humano, por mais racional que este seja. Um ácido retrato da mecânica da sociedade de consumo. Acompanhando a trajetória de um simples tomate, desde a plantação até ser jogado fora, o curta escancara o processo de geração de riqueza e as desigualdades que surgem no meio do caminho. A lamentável condição de sub-existência dos habitantes da Ilha das Flores deixa as pessoas pasmas. A idéia do curta-metragem é mostrar o absurdo desta situação. Seres humanos que, numa escala de prioridade, estão depois dos porcos. Mulheres e crianças que, num tempo determinado de cinco minutos, garantem na sobra dos porcos (que por sua vez, alimentam-se da sobra de outros seres humanos com condições financeiras de escolher o alimento) sua alimentação diária.
A obra Ilha das Flores é rica em informações reais (às vezes chega a ter um caráter didático), e ao mesmo tempo, segue a trajetória fictícia de um tomate: plantado, colhido, vendido a um supermercado, comprado por uma dona-de-casa, rejeitado na hora de fazer um molho para o almoço, jogado no lixo, levado para a Ilha das Flores, rejeitado pelos porcos, e finalmente, encontrado por uma criança com fome.
A desigualdade social e toda perversidade de um sistema são provocadas justamente por seres humanos que procuram viver em seus casulos de forma egocêntrica e egoísta, fingindo não ver a realidade da exploração do homem sobre o homem, esquecendo-se da solidariedade e afeto entre seus semelhantes. Daí a afirmação no início do curta da não-existência de Deus. Infelizmente, explorar a miséria humana faz parte desse sistema, faz parte do “progresso natural da sociedade”. Uma prova disso é que o diretor não precisava ir tão longe para ver a crueldade e a miséria do homem, bastava colocar uma câmera em sua janela de casa.
A noção de progresso é o anteparo usado pelo filme para estabelecer propositalmente uma relação insolúvel na sociedade capitalista. A capacidade criativa e o decorrente progresso são conjugados com os diversos aspectos que envolvem a vida em sociedade. O lixo é capaz de unir- e não separar como normalmente – a “parte limpa” com a “parte suja” do filme. Logo, confirma-se uma incompatibilidade entre progresso e desenvolvimento humano. O espectador sente o sabor da simples profundidade sugerida pelo filme. É uma provocação ao raciocínio social imediato, à propriedade privada, ao lucro, ao trabalho, à exploração, à relação entre progresso criativo e, conseqüentemente, tecnológico (criação e evolução estão intimamente ligados) e ao desenvolvimento social e humano. Passados quase vinte anos após a sua produção, o curta ainda é bastante atual. O documentário é narrado pelo ator Paulo José e foi aclamado pela crítica, vencendo vários prêmios.
3º MOMENTO – 4 AULAS
Etapa 1 – Produção escrita da resenha:
• os alunos darão início ao parágrafo introdutório da produção escrita resenha ou solicitar a uma escrita inicial. À medida que o aluno for escrevendo, o/a professor/a fará as devidas orientações e retomadas, assim, até a conclusão da produção com suas reescritas.
• No decorrer das reescritas, pode trabalhar os aspectos ortográficos e textuais.
Etapa 2 - Após a produção escrita, o texto será publicado no blog da escola, caso a escola tenha, ou em um jornal informativo.
AVALIAÇÃO
Como avaliar é um processo contínuo e sistemático ao mesmo tempo, os trabalhos serão analisados por etapas, bem como os conhecimentos construídos a partir deles, levando em conta o envolvimento da turma para as atividades solicitadas e os objetivos aqui pretendidos. Será analisado a partir da proposta estabelecida no projeto da escola.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, Irandé. LÍNGUA, TEXTO E ENSINO: outra escola possível. São Paulo: parábola editorial, 2009.
____________ BRASIL. Ministério da Educação e Secretaria de Educação. Parâmetros
DIVERSIDADE TEXTUAL: os gêneros na sala de aula. Organizado por D618.
_________ Os gêneros do discurso e a produção textual na escola. 1999. (mimeo).
MARCUSCHI, Luiz Antonio. Produção Textual, Análise de Gêneros e Compreensão. SP. Parábola, 2008.
VIEIRA, Josenia Antunes... (et al.) REFLEXÕES SOBRE A LÍNGUA PORTUGUESA: Uma Abordagem Multimodal. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.
Peçanha, Geraldo. Transposição Didática Ed. Cortez
SUGESTÕES DE TEXTOS COMO SIBSÍDIOS PARA DESENVOLVIMENTO DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA.
• Filme: O Grande Desafio
• Vídeos: A História das Coisas / Ilha das Flores ( CD entregue a coordenação)
• Textos sugeridos:
1. Supermercado, as catedrais do consumo
2. EU ETIQUETA – Carlos Drummond de Andrade.
3. Desabafo.
Um comentário:
Nazarete, como diz o bobão do Bial: curiar é bom.
Tava curiandos seu blog e encontrei essa proposta para trabalhar a resenha no 1º ano e... aproveitei para copiar e fazer as devidas adequaçãoes para minha turma.
Você como sempre compartilhando o saber.
Valeu, beijoooo.
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