quinta-feira, 20 de outubro de 2011

SEQUÊNCIA DIDÁTICA – 4ª UNIDADE PACTO PELA EDUCAÇÃO ( REDAÇÃO ESCOLAR)

ESCOLA:
FORMADORA: Nazarete Andrade Mariano E Kátia Gomes
TEMA GERAL DO ESTADO Escola Espaço de Conhecimento, Convivência, Ética e Consciência Ambiental
TEMA: CONSUMO
ÁREA: Código e Linguagem; Humanas e Exatas
TEMPO: 12 aulas
SÉRIE: 3ª SÉRIE ENSINO MÉDIO

Descritores Curriculares
 D5- Identificar, entre textos, o leitor, a ideologia, a época, as intenções comunicativas.
 D6- Localizar informação explicita nos textos
 D7 – Inferir informação em um texto
 D9- Identificar o tema central do texto
 D12 - Identificar a finalidade do gênero
 D26- Identificar as marcas lingüísticas que evidenciam o locutor e / ou o interlocutor.

CONTEUDO SUGERIDO PELAS OTMS
 GÊNEROS TEXTUAIS ORAIS e Escritos : Redação escolar/ discussões e debates.
 à Tipologia textual : Argumentativa
 Eixo: Análise Linguística: variedades lingüísticas. Grau formalismo; coesão e coerência textual; tempos e modos verbais; progressão temática; intertextualidade paráfrase.
OBJETIVO
 Desenvolver aspectos orais levando em conta a intenção comunicativa e a reação dos interlocutores;
 Identificar aspectos pertinentes em um determinado texto;
 Reconhecer os efeitos de sentido de uma determinada palavra ou expressão;
 Buscar a materialização através de ações práticas, o conhecimento obtido referente à temática estudada.
 Interpretar os diversos gêneros textuais nas práticas sociais que envolvam os eixos norteadores do conhecimento agregado à educação escolar.

RECURSOS
 Data show
 Notebook
 Internet
 Pincel
 Letras músicas
 TV e DVD
 Som
 Pen Driver
 Folha de Cartolina
 Caixa amplificadora
 Microfone
 Papel Madeira
 Papel ofício
5. INTERFACES (Alternativas Metodológicas)
1º MOMENTO 4 aulas
O professor pode iniciar:
Etapa 1- Como a temática sugerida é o consumo, serão levantadas algumas situações que envolvam o referido tema como:
1. Com que freqüência você faz compras?
2. Quais são os principais produtos que você gosta de comprar?
3. Quais os critérios utilizados na hora de escolher um determinado produto em uma loja ou supermercado?
4. Tudo que a gente consome pode ser comprado? Liste:
Produtos comprados produtos não comprados




Em seguida o/a professor/a colocará em data show o vídeo “A História das Coisas” para abrir as discussões com os alunos levantando os pontos de vista diversos, inclusive voltando ao levantamento prévio, analisando a lista feita pelos alunos e confrontando com o vídeo “ A história das coisas”.
Etapa2 - Colocar a turma em grupos para debater e discutir a temática, para tanto será entregue um texto para cada grupo:
1. Supermercado, as catedrais do consumo

Numa sociedade onde ninguém quer engordar, o crescimento dos supermercados é um tanto contraditório. A febre de emagrecimento deveria beneficiar o desenvolvimento de pequenas quitandas e não desses monstruosos templos de consumo. Acontece que o esforço para manter-se magro nasceu exatamente na esteira dos supermercados. O homem atual vive imprensado entre os dietéticos e os supermercados. Mais um pouco, e será impossível reviver a dupla do Gordo e o Magro. Quando muito, conseguiremos uma dupla formada pelo Gordo e o Menos Gordo.

É difícil, entretanto, fugir ao irresistível apelo dos supermercados. É nele que o homem satisfaz todas as necessidades de consumidor. A primeira intenção de quem entra num supermercado é comprar tudo. Um conhecido meu, consumidor consagrado, já confessou que seu maior desejo é se atirar sobre as prateleiras, abrir pacotes, latas e caixa de biscoito, queijos, compotas, doces e ficar ali esparramado, comendo até sair pelos ouvidos.

Os proprietários têm consciência dessa compulsão e arrumam suas mercadorias de forma a deixar seu consumidor como eles, proprietários, quando chegaram ao Brasil, ou seja, de tanga. Curiosamente, a alimentação deixou de ser uma simples necessidade para tornar-se um complicado sistema de marketing e pesquisas. Hoje, a gente nem sempre compra o que quer. Compra o que eles querem vender. Vocês sabem, por exemplo, por que o açúcar é colocado no fundo dos supermercados? Porque o açúcar é um artigo comum a todos e, ficando no fundo obriga o consumidor a passar por várias outras seções antes de encontrá-lo. E, nesta passagem, pode comprar alguma coisa. Para escapar a este risco, só há uma solução: entrar pela porta dos fundos.
A colocação dos artigos nas prateleiras é matemáticamente calculada. Os que têm saída certa ficam embaixo. Os de venda difícil são colocados á altura dos olhos. Dos olhos e principalmente das mãos. E há ainda as embalagens, feitas de forma a atrair o consumidor. Tem muita gente que só compra pela embalagem. E tem gente que ainda faz pior. Só come a embalagem.

NOVAES, Carlos Eduardo. O Caos Nosso de Cada Dia. São Paulo, Edibolso.
2. EU ETIQUETA – Carlos Drummond de Andrade

Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome… estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, permência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-la por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer principalmente.)
E nisto me comparo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou – vê lá – anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
Meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar
Cada vinco da roupa
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo dos outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.

3. DESABAFO

Na fila do supermercado, o caixa diz uma senhora idosa:

- A senhora deveria trazer suas próprias sacolas para as compras, uma vez que sacos de plástico não são amigáveis com o ambiente.
A senhora pediu desculpas e disse:
- Não havia essa onda verde no meu tempo.
O empregado respondeu:
- Esse é exatamente o nosso problema hoje, minha senhora. Sua geração não se preocupou o suficiente com o nosso ambiente.

- Você está certo - responde a velha senhora - nossa geração não se preocupou adequadamente com o ambiente. Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerante e cerveja eram devolvidos à loja. A loja mandava de volta para a fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada reuso, e eles, os fabricantes de bebidas, usavam as garrafas, umas tantas outras vezes.

Realmente não nos preocupamos com o ambiente no nosso tempo. Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios. Caminhávamos até o comércio, ao invés de usar o nosso carro de 300 cavalos de potência a cada vez que precisamos ir a dois quarteirões.

Mas você está certo. Nós não nos preocupávamos com o ambiente. Até então, as fraldas de bebês eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis. Roupas secas: a secagem era feita por nós mesmos, não nestas máquinas bamboleantes de 220 volts. A energia solar e eólica é que realmente secavam nossas roupas. Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas.

Mas é verdade: não havia preocupação com o ambiente, naqueles dias. Naquela época só tínhamos somente uma TV ou rádio em casa, e não uma TV em cada quarto. E a TV tinha uma tela do tamanho de um lenço, não um telão do tamanho de um estádio; que depois será descartado como?

Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia máquinas elétricas, que fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio, usamos jornal amassado para protegê-lo, não plastico bolha ou pellets de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar. Naqueles tempos não se usava um motor a gasolina apenas para cortar a grama, era utilizado um cortador de grama que exigia músculos. O exercício era extraordinário, e não precisava ir a uma academia e usar esteiras que também funcionam a eletricidade.

Mas você tem razão: não havia naquela época preocupação com o ambiente. Bebíamos diretamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas pet que agora lotam os oceanos. Canetas: recarregávamos com tinta umas tantas vezes ao invés de comprar uma outra. Abandonamos as navalhas, ao invés de jogar fora todos os aparelhos 'descartáveis' e poluentes só porque a lâmina ficou sem corte.
Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias, as pessoas tomavam o bonde ou ônibus e os meninos iam em suas bicicletas ou a pé para a escola, ao invés de usar a mãe como um serviço de táxi 24 horas. Tínhamos só uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos. E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a pizzaria mais próxima.

Então, não é risível que a atual geração fale tanto em "meio ambiente", mas não quer abrir mão de nada e não pensa em viver um pouco como na minha época?

4. Grupo: A ilha das flores.

Fazer leitura e discussão nos pequenos grupos, com idéias e pontos de vistas, fazendo um gancho com o vídeo “A história das Coisas”, os alunos irão também analisar as idéias centrais do texto em geral, bem como de cada parágrafo, considerando os argumentos de autoridades utilizados pelo autor. Percebendo como ocorre a sequência tipológica presente no texto, se há uma predominância da tipologia argumentativa.

Etapa 3: Fazer a socialização para o grande grupo, abordando as discussões feitas anteriormente, no pequeno grupo, de forma que os demais participem e observem as idéias contidas nos outros textos. O professor deve considerar a progressão temática a partir da articulação da oralidade dos alunos, assim como a coerência utilizada pelos grupos em relação à temática discutida.

2º MOMENTO: 6 aulas

Retomando as discussões anteriores:

Etapa1 – O professor colocará o texto abaixo em datashow, seguido de cópias para a turma, para trabalhar a estrutura do gênero redação escolar, considerando os aspectos tipológicos e estruturais do texto, a análise linguística: tempo e modo verbal, grau de formalismo, ortografia, a progressão temática, a estrutura dos parágrafos, tese, argumentação e conclusão, coesão e coerência, e demais aspectos pertinentes ao gênero.

1. Consumismo: felicidade maquiada
Vivemos em um mundo cada vez mais globalizado, no qual a dinâmica de informações é intensa e constante. A troca de idéias e mercadorias entre os mais distantes lugares tornou-se ainda mais freqüente e rápida após o advento da internet. Dentro desse contexto, há um importante fator que deve ser levado em consideração: a mídia como um mecanismo de manipulação das massas.
Através de inúmeros meios de comunicação como rádio, televisão, jornais, revistas, outdoors, internet, entre outros, a mídia tem realizado o seu trabalho de convencer as pessoas a consumir. Para isso utiliza-se de algumas artimanhas, como artistas famosos e queridos que incitam o público a comprar os produtos divulgados. O ser humano nasce e cresce vivenciando esse mundo manipulado pela mídia, e acreditando que a felicidade possa ser encontrada quando se adquire determinada marca de roupa, calçado, carro, jóia, celular ou qualquer outro produto. Divulga-se constantemente a idéia da felicidade comprada.
O individuo que nasce nesse ambiente consumista dificilmente aprende valores interiores e subjetivos, como a amizade, o amor ao próximo, o companheirismo, o respeito, a dignidade, a honestidade que o edificam como ser pensante e emotivo. Decorre disso a dificuldade de se preencher o vazio interior, o que é comumente buscado no consumo de bens concretos e superficiais. Não há como afirmar que tais bens são dispensáveis à felicidade, porém estes não estão capacitados a trazer a realização pessoal buscada pelo homem.
A partir das idéias discutidas, podemos concluir que uma das melhores maneiras de garantir a realização pessoal é combatendo o consumismo incitado pela mídia – uma vez que este proporciona uma felicidade maquiada e momentânea que não caracteriza uma realização pessoal plena e sólida – e educando nossas crianças com base em valores como a solidariedade, o amor e o respeito.
Autor: Natalia Yumi Yamamoto
Etapa 2 – Após a abordagem sobre o gênero, cada aluno iniciará a produção geral da redação escolar, considerando as idéias colocadas no texto dos alunos.

Etapa 3 – O professor utilizará a sala como laboratório das produções iniciando com a leitura das produções iniciais dos alunos, em seguida abrirá uma discussão em relação as idéias contidas nas mesmas.

Etapa 4 - Terá inicio a reescrita do parágrafo introdutório, no qual o alunado tem que colocar a tese que será defendida por ele nos próximos parágrafos.

Etapa 5 – Se professor achar pertinente e o aluno concordar, pode colocar este parágrafo no datashow ou retro projetor para ser abordada a tese e iniciar a reescrita do primeiro parágrafo.

Etapa 6 – Assim dará continuidade aos demais parágrafos, até a conclusão do texto.

3º MOMENTO 2 aulas

Etapa1 – Socialização dos textos na sala de aula pelos alunos.

Etapa2- Afixar em painel no mural da escola e/ ou publicar no blog da escola.




REFERÊNCIAS
ANTUNES, Irandé. LÍNGUA, TEXTO E ENSINO: outra escola possível. São Paulo: parábola editorial, 2009.
____________ASPECTOS DA COESÃO: uma análise em editoriais jornalísticos. UFPE, 1996.
BAGNO, Marcos. PESQUISA NA ESCOLA: O que é como se faz. 12ª edid. Loyola SP. 2002.
BRANDÃO, H. N. Introdução à Análise do Discurso. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 1998.
______ BCC- Base Curricular Comum: Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco; 2008
BRASIL. Ministério da Educação e Secretaria de Educação. Parâmetros
DIVERSIDADE TEXTUAL: os gêneros na sala de aula. Organizado por D618 Carmi Ferraz Santos, Márcia Mendonça, Mariane C.B. Cavalcanti. 1ª Ed. Belo Horizonte: Autentica 2007
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. São Paulo: 12ª, Cortez, 1986.
MORETTO, Pedro Vasco. PLANEJAMENTO: Planejando a educação para o desenvolvimento de competências. 5ª Ed, vozes. RJ. 2010.
_________ Os gêneros do discurso e a produção textual na escola. 1999 (mimeo)
VIEIRA, Josenia Antunes... (et al.) REFLEXÕES SOBRE A LÍNGUA PORTUGUESA: Uma Abordagem Multimodal. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.
Peçanha, Geraldo. Transposição Didática Ed. Cortez

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